Ao todo, 20 deputados da base aliada e seis da oposição contrariaram a orientação de seus partidos na votação da PEC da CPMF
Edson Sardinha e Lúcio Lambranho
Das cinco maiores bancadas na Câmara, apenas duas votaram de forma unânime pela prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), na sessão de ontem à noite (19): os governistas PT e PR. Apesar disso, somente 20 deputados da base votaram contra a orientação do governo e a manutenção do chamado imposto do cheque.
Os dois maiores partidos da oposição, o DEM e o PSDB, não conseguiram levar para a sessão 25 de seus 117 deputados, ou seja, mais de um quinto da soma das bancadas. As dificuldades do grupo, porém, não pararam por aí.
Ao todo, seis “rebeldes” oposicionistas não seguiram a orientação partidária e votaram com o governo. São eles: Edmar Moreira (DEM-MG), Lael Varella (DEM-MG), Rodovalho (DEM-DF), Manoel Salviano (PSDB-CE), Alexandre Silveira (PPS-MG) e Geraldo Thadeu (PPS-MG).
Outros dois oposicionistas – Marcos Montes (DEM-MG) e Sílvio Lopes (PSDB-RJ) – confirmaram presença, mas não registraram o voto no painel eletrônico. O mesmo ocorreu com o peemedebista Moisés Avelino (TO).
Entre os governistas, o maior número de dissidentes foi registrado no partido de maior bancada na Câmara. Dos 86 deputados do PMDB presentes na sessão, oito contrariaram a orientação da liderança e votaram contra a prorrogação da CPMF.
Fidelidade
Com 77 votos favoráveis à PEC da CPMF, os peemedebistas só não renderam mais votos para o governo do que o PT. Dos 79 petistas presentes, apenas o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), não votou a favor da proposta, ainda assim por questões regimentais. Como presidente da Casa, ele só vota em casos de desempate.
Outra grande bancada a votar fechada com o Planalto foi a do PR, que garantiu todos os votos de todos os seus 39 deputados presentes à sessão. Por outro lado, não houve unanimidade em outros seis partidos governistas: PDT (2), PP (2), PSB (2), PTB (2), PTC (1) e PV (3).
Paulistas divididos
Já entre as bancadas estaduais, só houve unanimidade em duas: a do Piauí, com sete votos favoráveis à CPMF, e a de Alagoas, com nove votos. Um dos deputados piauienses faltou à sessão. Outra bancada que voto em massa a favor do governo Lula foi a de Minas Gerais, do governador Aécio Neves (PSDB). Dos 40 mineiros presentes, apenas oito votaram contra a prorrogação do imposto do cheque.
Já os paulistas, do também tucano José Serra, mostraram-se divididos. De seus 62 deputados presentes, 30 votaram contra a CPMF – apenas dois a mais do que os que votaram a favor. O texto-base da PEC da CPMF foi aprovado ontem à noite, com 338 votos favoráveis, 117 contrários e duas abstenções. Os deputados adiaram de hoje para a próxima terça-feira a análise dos destaques pendentes. Após a conclusão da votação em primeiro turno, a proposta terá de ser submetida a uma segunda rodada na Câmara. Só então ela poderá ser encaminhada ao Senado.
Alvo de intensa disputa política no Congresso, a CPMF rende cerca de R$ 40 bilhões por ano aos cofres do governo. Ela foi criada em 1997 pelo governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) sob o pretexto de aumentar os recursos destinados à saúde.
Veja no Pará, como os parlamentares se posicionaram na votação que aprovou, em primeiro turno, a prorrogação da CPMF:
Pará (PA)
Asdrubal Bentes (PMDB) - Sim
Bel Mesquita (PMDB) - Sim
Beto Faro (PT) - Sim
Giovanni Queiroz (PDT)- Sim
Lira Maia (DEM) - Não
Lúcio Vale (PR) - Sim
Nilson Pinto (PSDB) - Não
Paulo Rocha (PT) - Sim
Wandenkolk Gonçalves (PSDB) - Não
Wladimir Costa (PMDB)- Sim
Zé Geraldo (PT) - Sim
Zenaldo Coutinho (PSDB) - Não
Zequinha Marinho (PMDB) - Sim.
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