Fenelon: "Só entro pra ganhar" Presidente da Igreja Evangélica Assembléia de Deus Missão em Parauapebas, com 50 templos próprios e um rebanho aproximado de 12 mil membros, o pastor Fenelon Lima Sobrinho, 63 anos, tem uma forte tendência para a política partidária. Nesta entrevista, ele fala de política e do crescimento da igreja. Acompanhe.
Waldyr Silva – Pastor, o senhor é pré-candidato a prefeito de Parauapebas?
Fenelon Sobrinho – Por enquanto não tenho nenhuma pretensão em sair candidato, até porque não dou murro em ponta de faca. Só entro pra ganhar. Ou, no mínimo, com possibilidades para ganhar. Mas ainda não sei se apóio alguém ou eu mesmo saio candidato.
WS – Em 2004, quando o senhor ensaiou sair candidato a prefeito, alguns membros da igreja foram contra sua eventual saída da pastoral para concorrer a cargo político. Como está hoje essa situação?
FS – Hoje a situação é bem diferente. A igreja avançou, ampliou o campo de atuação, amadureceu e hoje os membros pensam diferente.
WS – O deputado federal Zequinha Marinho acabou de sair do PSC e se filiou ao PMDB. O senhor o acompanhará, já que o parlamentar é um grande aliado da igreja?
FS – Não. Deixa como estar, pra ver como é que fica (risos).
WS – Como está hoje seu relacionamento com o prefeito Darci Lermen, do qual o senhor foi secretário de Obras durante 9 meses?
FS – Normal. No dia em que reencontrar com ele a amizade é a mesma. Desde que deixei a secretaria, em setembro de 2005, nunca mais conversamos.
WS – Numa confraternização de fim de ano do jornal evangélico Folha Verde com pastores da cidade, o senhor falou da necessidade de uma maior união entre os pastores. O recado era para aproveitar o potencial político dos cerca de 12 mil eleitores crentes?
FS – Não, absolutamente. Quis mostrar aos colegas pastores que temos uma força que muitos deles desconhecem. Com essa força, poderemos mobilizar a sociedade para levantar assunto de interesse da cidade. Nós hoje engolimos todas as buchas que os administradores nos empurram goela abaixo. Se houvesse uma maior unidade entre nós, tínhamos como reverter essa situação...
WS – ...através do voto?
FS – Como cidadãos. Mas uma andorinha só não faz verão. Há tantas mazelas na administração pública, mas vocês, da imprensa, não veiculam.
WS – O quê, por exemplo?
FS – Li num determinado jornal da cidade que no ano passado R$ 270 milhões passaram na administração municipal. É uma notícia que me dá nojo. Mas o informativo não disse onde o dinheiro foi aplicado.
WS – A igreja tem algum projeto reivindicando, em Brasília, emissora de rádio ou de televisão?
FS – Temos um antigo projeto para uma rádio, mas nunca fomos contemplados. Para TV, estamos fechando parceria com uma emissora já existente para nos disponibilizar três horas diárias de programação.
WS – No início do ano passado, o senhor informou à imprensa que a igreja, através da Associação Cultural e Beneficente de Parauapebas (Ascubep), estaria recebendo do deputado Zequinha Marinho uma unidade móvel para atendimento de saúde com gabinetes médico e odontológico. Afinal, a unidade já chegou?
FS – Ainda não, mas deve chegar até o início de fevereiro. Para fazer parte da unidade móvel, a igreja já está oferecendo aos membros da igreja, gratuitamente, serviços de assistência jurídica, através do advogado-pastor Carlos Lindemberg Lima, que é meu filho.
WS – Como está o crescimento da igreja hoje em Parauapebas, depois da descentralização da convenção, em Belém?
FS – A igreja está bem, obrigado, e mandou lembranças (risos). Fechamos 2006 com mais de 5 mil decisões, batizamos cerca de 4 mil pessoas e chegamos a 50 templos próprios em Parauapebas. Com a descentralização, abrimos novos campos em Araguaina (TO) e em Redenção, onde a igreja vem crescendo também.
WS – Hoje a igreja possui quantos membros em Parauapebas?
FS – É difícil revelar um número exato, mas acreditamos que estamos ultrapassando a casa das 12 mil almas, entre membros e congregados.
WS – Como suportar tanta gente no templo-central do bairro Rio Verde, que só comporta 5 mil pessoas?
FS – Até ano passado, tínhamos um projeto para construir no complexo do bairro Altamira um enorme templo com capacidade para acondicionar até 30 mil pessoas, com toda infra-estrutura e serviço de assistência social, mas, em decorrência da falta de transporte público para aqueles bairros, desistimos da obra e decidimos, por ora, ampliar as instalações do santuário no Rio Verde para agregar 12 mil pessoas sentadas, cuja obra deve ter início no próximo mês de abril.
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