sábado, 30 de dezembro de 2006

Morte de Saddam revolta árabes.

O ex-ditador teve a sua sentença de morte executada neste sábado

A execução de Saddam Hussein neste sábado revoltou muitos árabes, mas mesmo alguns que acreditavam que os ex-líder iraquiano merecia morrer expressaram a sensação de que a justiça lhes foi negada.

Muitos disseram que a data de seu enforcamento por crimes contra a humanidade foi uma provocação por coincidir com o Eid al-Adha muçulmano (Festa do Sacrifício) e pode piorar a violência no Iraque.

O drama do final violento de Saddam chegou às salas de estar em todo o mundo árabe com as imagens de TV dos carrascos mascarados apertando a corda em seu pescoço.

Outras imagens do corpo de Saddam numa mortalha branca também entristeceram muitos telespectadores. "Este é o pior Eid já visto pelos muçulmanos. Fiquei arrepiada quando vi as cenas", disse a jordaniana Rana Abdullah, 30, que trabalha no setor privado.

A Líbia, único país que se solidarizou com Saddam em sua morte, declarou três dias de luto e cancelou as comemorações públicas do Eid. As bandeiras nos edifícios do governo foram hasteadas a meio-pau. "Não tenho nenhuma piedade ou compaixão pelo homem, mas o momento é muito estúpido e os muçulmanos pensarão que isso foi feito para provocá-los", disse Ehab Abdel-Hamid, 30, romancista e editor sênior do jornal independente do Cairo al-Dostour.

Abdel-Bari Atwan, editor do jornal sediado em Londres Al-Quds al-Arabi, disse à televisão Al Jazeera: "a opinião pública árabe se pergunta quem deve ser julgado e executado: Saddam Hussein, que preservou a unidade do Iraque, sua identidade árabe e muçulmana e a coexistência de diferentes comunidades como os xiitas e os sunitas ... ou aqueles que mergulharam o país nessa sangrenta guerra civil?."

(Reuters)

Nenhum comentário:

Postar um comentário